O Brasil e o acender das luzes das independências de Angola e Moçambique (1974-1975)

Autores

  • Jose Alejandro Sebastian Barrios Diaz Universidade de Brasília - Instituto de Relações Internacionais

DOI:

https://doi.org/10.21530/ci.v11n3.2016.513

Palavras-chave:

Política Externa Brasileira, Angola, Moçambique, Independência

Resumo

O artigo explora o sentido do reconhecimento das independências de Angola e de Moçambique para a política externa brasileira. Em abordagem histórica, concentrando-se nos anos 1974 e 1975, esses processos são analisados à luz do cenário internacional e do Pragmatismo Responsável de 1974, que alterou o comando geral da diplomacia brasileira e almejou a universalização das relações internacionais do país. Fundamentado em pesquisa documental no Arquivo Histórico do Itamaraty em Brasília e no Centro de Pesquisa e Documentação Histórica do Brasil Contemporâneo, bem como na literatura especializada da área de política externa brasileira, o artigo coloca três questões intimamente vinculadas para compreender esse momento: " (i) Por quê o Brasil reconheceu essas independências? (i) De que modo foram as primeiras gestões do governo Geisel para tornar esse reconhecimento possível? (iii) Quais consequências políticas seguiram esses fatos?". Em síntese, o reconhecimento das independências não foi um fenômeno criado ex-nihilo, mas dominado por interesses de expansão da ação internacional do Brasil.

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Biografia do Autor

Jose Alejandro Sebastian Barrios Diaz, Universidade de Brasília - Instituto de Relações Internacionais

Bacharel em relações internacionais, mestre em cooperação internacional & desenvolvimento e doutorando em relações internacionais.

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Publicado

2016-12-30

Como Citar

Barrios Diaz, J. A. S. (2016). O Brasil e o acender das luzes das independências de Angola e Moçambique (1974-1975). Carta Internacional, 11(3), 149–171. https://doi.org/10.21530/ci.v11n3.2016.513

Edição

Seção

Artigos