A posição do Brasil na governança financeira global: um estudo da conformidade entre o posicionamento do governo brasileiro e o consenso expresso nos comunicados oficiais do G20 e do FMI (2006-2012)

Autores

  • Marcelo Waldvogel Universidade de São Paulo
  • Maria Antonieta del Tedesco Lins

DOI:

https://doi.org/10.21530/ci.v10n2.2015.221

Palavras-chave:

Governança financeira global, FMI, G20, economias emergentes, ordem global

Resumo

As economias emergentes têm gradualmente alcançado maior espaço nas deliberações multilaterais a respeito da governança econômica global em um quadro de reorganização da ordem mundial. Esta ascensão tem ocorrido em níveis e ritmos distintos em diferentes instâncias da governança econômica global, como, por exemplo, no âmbito de instituições financeiras e fóruns de discussão multilaterais. O artigo investiga, por meio de análise quantitativa textual, o nível de conformidade entre as posições oficiais de uma economia emergente, o Brasil, e o posicionamento manifesto nos comunicados oficiais destas duas instituições internacionais, o FMI e o G20.

Ao mostrar que, entre 2006 e 2012, os comunicados do G20 se aproximaram mais das posições brasileiras do que os consensos expressos pelo FMI, os resultados do estudo dão sustentação ao fenômeno extensamente discutido na literatura sobre a necessidade de reformulação da estrutura de governança do FMI com o intuito de ampliar voz e voto dos países emergentes. O G20, como uma organização não formalizada, oferece o espaço e a flexibilidade para os países emergentes se posicionarem.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcelo Waldvogel, Universidade de São Paulo

Instituto de Relações Internacionais

Referências

CHIN, G. 2010. Remaking the Architecture: The Emerging Powers, Self-insuring and Regional Insulation. International Affairs, 86(3): p. 693–715.

DESAI, R.; VREELAND, J. 2011. Global Governance in a Multipolar World: The Case for Regional Monetary Funds. International Studies Review, 13, p. 109–121. doi: 10.1111/j.1468-2486.2010.01002.x

EICHENGREEN, B. 2009. Out of the Box Thoughts about the International Financial Architecture. IMF Working Paper, WP/09/116.

INTERNATIONAL MONETARY FUND. 2011. About the IMF: Governance Structure. <http://www.imf.org/external/about/govstruct.htm>. Disponibilidade: 05 mar. 2013.

KIRTON, J. 2010. Assessing G8 and G20 Performance, 1975-2009. Paper presented at the international convention of the International Studies Association, New Orleans, p. 1–4.

______. 2010. The G20 and Broader Multilateral Reform. Paper prepared for the preparatory meeting for the conference on ‘What Role for the G20 in Post-Crisis World? FRIDE, Seoul, Korea, p. 1–12.

______. 2001. The G20: Representativeness, Effectiveness and Leadership in Global Governance. In: KIRTON, J.; DANIELS, J.; FREYTAG, A. (Ed.) Guiding Global Order: G8 Governance in the Twenty-First Century, Aldershot: Ashgate.

KRIPPENDORF, K. 2004. Content Analysis: An Introduction to Its Methodology. 2nd ed., Thousand Oaks: Sage.

MIKHAYLOV, S.; LAVER, M.; BENOIT, K. 2008. Coder Reliability and Misclassification in Comparative Manifesto Project Codings. Paper presented at the 66th National Conference of the Midwest Political Science Association: Chicago.

VREELAND, J. 2010. Buying Bretton Woods. Georgetown University. Disponível em: <http://www.econ.cam.ac.uk/silvaplana/papers/VreelandTubingen.pdf>. Acesso em: 05 mar. 2013.

______. 2009. Governance at the International Monetary Fund. Georgetown University, p. 1–8. Disponível em: <http://policydialogue.org/files/events/vree_transparency_conf.pdf>. Acesso em: 05 mar. 2013.

WOODS, N.(2010. Global Governance after the Financial Crisis: A New Multilateralism or the Last Gasp of the Great Powers? Global Policy, 1, p. 51–63. doi: 10.1111/j.1758-5899.2009.0013.x

______. 2010. The G-20 Leaders and Global Governance. University College, Oxford, p. 3–15.

Downloads

Publicado

2015-08-15

Como Citar

Waldvogel, M., & Lins, M. A. del T. (2015). A posição do Brasil na governança financeira global: um estudo da conformidade entre o posicionamento do governo brasileiro e o consenso expresso nos comunicados oficiais do G20 e do FMI (2006-2012). Carta Internacional, 10(2), 41–64. https://doi.org/10.21530/ci.v10n2.2015.221

Edição

Seção

Artigos