Não-alinhamento, cooperação internacional e desenvolvimento no contexto da Guerra Fria: o caso egípcio (1955-1967)

Autores

  • Pedro Rocha Fleury Curado Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.21530/ci.v13n2.2018.792

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir o papel funcional da política externa do não-alinhamento para as políticas de desenvolvimento econômico e militar de países periféricos durante a Guerra Fria. Para tanto, propõe-se um estudo de caso sobre a política externa do governo egípcio de Gamal Abdel Nasser (1954-1970). Ao longo do texto, argumenta-se que a política externa “não alinhada” aos principais blocos da Guerra Fria representou um poderoso instrumento de barganha internacional por parte do governo egípcio entre os anos de 1955
e de 1967. Para respaldar essa afirmação, o texto evidencia a relação existente entre, por um lado, as melhores condições externas para a viabilização dos programas internos de desenvolvimento e, por outro, as relações ambíguas cultivadas pelo governo Nasser com Estados Unidos e União Soviética. Tais relações, por sua vez, somente foram possíveis graças a um permanente jogo de compensações de ordem geopolítica que envolvia a capacidade do governo egípcio de intervir nos interesses regionais das duas superpotências.

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Biografia do Autor

Pedro Rocha Fleury Curado, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduação em Ciências Sociais pela UFRJ (2003). Mestrado em Ciência Política pela UFRJ (2010). Doutorado em Economia Política Internacional pela UFRJ (2014).

Possui pós-doutorado em Economia Política internacional (2015-2016)

Docente do curso de Defesa e gestão estratégica internacional da UFRJ

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Publicado

2018-10-05

Como Citar

Fleury Curado, P. R. (2018). Não-alinhamento, cooperação internacional e desenvolvimento no contexto da Guerra Fria: o caso egípcio (1955-1967). Carta Internacional, 13(2). https://doi.org/10.21530/ci.v13n2.2018.792

Edição

Seção

Artigos