O Brasil como potência regional: uma análise de sua liderança na América do Sul no início do século XXI
DOI:
https://doi.org/10.21530/ci.v11n3.2016.570Palavras-chave:
Brasil, América do Sul, potência regional, liderança.Resumo
Considerando a nova dinâmica geopolítica que se estabelece na América do Sul a partir dos anos 2000, o objetivo deste artigo é examinar a atuação do Brasil como potência regional a partir de evidências que corroboraram este papel e o exercício de sua liderança regional durante o Governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Verifica-se que, apesar de certas limitações e de não ser uma potência inconteste, sua estratégia, sua disposição de assumir uma posição como elo fortalecedor dos processos de integração, seu engajamento na cooperação regional e seus recursos materiais permitiram o exercício da liderança regional pelo país. Por fim, realiza-se uma breve reflexão sobre as condições para o mesmo exercício por parte do Brasil na gestão Dilma Rousseff (2011-2016), inferindo-se que houve traços de continuidade da política externa para a região, mas com menor pró-atividade brasileira em função de mudanças das condições domésticas e internacionais.
Downloads
Referências
ARCINIEGAS, Alexander Carreño. El acuerdo de paz en Colombia y sus posibles impactos para Brasil y la región. Observador On-Line, v.10, n.2, 2015.
BANDEIRA, Luiz Alberto Muniz. O Brasil como potência regional e a importância estratégica da América do Sul na sua política exterior. Revista Espaço Acadêmico, n. 91, dez. 2008. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/091/91bandeira.htm>. Acesso em: 28/08/16.
BATTAGLINO, Jorge. Defence in a Post-Hegemonic Regional Agenda: The Case of the South American Defence Council. In: RIGGIORIZZI, Pia. TUSSIE, Diana. The Rise of Post-Hegemonic Regionalism: the Case of Latin America. Nova Iorque: Springer, 2012.
LOPES, Dawisson Belém. Titubeios e tergiversações: epitáfio para a era Patriota. Revista Insight Inteligência. n. 62, 2013, p. 72-81.
BUZAN, Barry. A World Order Without Superpowers: Decentred Globalism. International Relations. Vol. 25, n. 3, 2011.
BORGES, F. Um balanço das relações Brasil e Colômbia: Desconfianças e convergências. Série Relatório de Países, Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer, 2015. Disponível em: <http://www.kas.de/wf/doc/kas_42083-1522-5-30.pdf?150813210556>. Acesso em 23/09/2016.
CASARÕES, Guilherme. O Brasil no mundo em tempos de crise. GV-Executivo, v. 15, n. 1, 2016. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/gvexecutivo/article/viewFile/61492/59677> Acesso em: 18/102016.
CERVO, Amado; LESSA, Antônio Carlos. O declínio: inserção internacional do Brasil (2011–2014). Revista Brasileira de Política Internacional. v. 57, n. 2, 2014, p. 133-151.
CORNETET, João Marcelo Conte. A política externa de Dilma Rousseff: contenção na continuidade. Conjuntura Austral, v. 5, n. 24, 2014, p. 111-150.
COSTA, Wanderley Messias da. O Brasil e a América do Sul: cenários geopolíticos e os desafios da integração. Confins, n. 7, 2009.
FLEMES, Daniel.Brazil Strategic Options in the Changing World Order. In: FLEMES, Daniel (Org). Regional Leadership in the Global System: Ideas, Interests and Strategies of Regional Powers. Farnham, Burlington: Ashgate Publishing, 2010.
______________. La política exterior colombiana desde la perspectiva del realismo neoclássico. In: JOST, Stefan. Colombia: ¿una potencia en desarrollo? Escenarios y desafíos para su política exterior. Fundação Konrad Adenauer Colômbia: Opciones Gráficas Editores, 2012.
GODEHARDT, Nadine; NABERS, Dirk. Introduction. In: ___________. Regional Powers and Regional Orders. Londres: Routledge, 2011.
LIMA, Maria Regina Soares de. A Nova Agenda Sul-Americana e o Papel Regional do Brasil. In: HERSHBERG, Eric; SERBIN, Andrés; VIGEVANI, Tullo. Pensamiento Próprio: El hemisferio en transformación: Regionalismo, multilateralismo y políticas exteriores en un entorno cambiante. Buenos Aires: CRIES, ano 19, jan-jun, 2014.
______________. Aspiração Internacional e Política Externa. Revista Brasileira de Comércio Exterior, n.82, ano XIX, jan-mar, 2005.
_____________. Relações Interamericas: a Nova Agenda Sul-americana e o Brasil. Lua Nova, São Paulo, Vol. 90, 2013, p. 167-201. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ln/n90/a07n90.pdf>. Acesso em 15/07/2016.
_____________. Autonomia na dependência: a agência da política externa. Boletim OPSA. n. 1, 2015.
_____________. A política externa brasileira e os desafios da cooperação Sul-Sul. Revista Brasileira de Política Internacional. Vol. 48, no 1, 2005, p. 24-59. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v48n1/v48n1a02.pdf>. Acesso em 30/08/2016.
MALAMUD, Andres. Moving Regions: Brazil’s Global Emergence and the Redefinition of Latin American Borders. In: RIGGIORIZZI, Pia. TUSSIE, Diana. The Rise of Post-Hegemonic Regionalism: the Case of Latin America. Nova Iorque: Springer, 2012.
_____________. A leader without followers? The growing divergence between the regional and global performance of Brazilian foreign policy. Latin American Politics and Society, v.53, n.3, pp.1-24, 2011.
MARIANO, Marcelo Passini; RAMANZINI JUNIOR, Haroldo; ALMEIDA, Rafael Augusto Ribeiro. O Brasil e a integração na América do Sul uma análise dos últimos dez anos (2003-2013). Relações Internacionais, n.41, Lisboa, mar. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992014000100008>. Acesso em 09/10/2016.
NEL; Philip; STEPHEN, Matthew. The Foreign Economic Policies of Regional Powers in the Developing World. In: FLEMES, Daniel (ed). Regional Leadership in the Global System: Ideas, Interests and Strategies of Regional Powers. Farnham, Burlington: Ashgate Publishing, 2010.
NOLTE, Detlef. Regional Powers and regional governance. In: GODEHARDT, Nadine; NABERS, Dirk. Regional Powers and Regional Orders. Londres: Routledge, 2011.
PADULA, Raphael. As visões dominantes sobre a integração regional: o regionalismo aberto e a Iniciativa para a Integração de Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA). In: COSTA, D. América do Sul: integração e infraestrutura. 143-208. Rio de Janeiro: Capax Dei, 2011.
PADULA, Rafael; DESIDERÁ, Walter; MARIANO, Marcelo; HALLACK, Michelle; BARROS; Pedro. Relações do Brasil com a América do Sul após a Guerra Fria: Política Externa, Integração, Segurança e Energia. Texto para Discussão, IPEA, 2015.
PECEQUILO, Cristina Soreanu. A América do Sul como Espaço Geopolítico e Geoeconômico: o Brasil, os EUA e a China. Carta Internacional, v. 8, n. 2, jul-dez, 2013.
_______________. O Brasil e os Estados Unidos no século XXI: uma nova percepção mútua? Carta Internacional, Vol. 8, n. 2, 2013, p. 100-115. Disponível em: < http://brasilnomundo.org.br/wp-content/uploads/2015/04/046_A.America.do_.Sul_.como_.espa%C3%A7o.Geopolitico.e.Geoeconomico_Cristina.Pecequilo.pdf > Acesso em 29/08/2016.
PINHEIRO, Leticia. Política Externa Brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004
RUSSELL; Roberto. TOKATLIAN, Juan. Modelos de política exterior y opciones estratégicas El caso de América Latina frente a EUA. Revista CIDOB D’Afers Internacionals (Los retos de América Latina en un mundo en cambio), n.85-86, 2009.
SANTOS, Marcelo. A Presença Brasileira na América do Sul: ações e instrumentos. Análisis Político, nº 77, Bogotá, enero-abril, p. 195-2010, 2013. Disponível em: < http://www.scielo.org.co/pdf/anpol/v26n77/v26n77a09.pdf>. Acessado em: 07/10/2016.
SARAIVA, Miriam Gomes. Balanço da política externa de Dilma Rousseff: perspectivas futuras? Revista Relações Internacionais, n. 44, 2014, p. 25-35.
SARAIVA, Miriam Gomes; GOMES, Z. B. Os limites da Política Externa de Dilma Rousseff para a América do Sul. Relaciones Internacionales, nº 50, 2016 , p. 81-97.
SERBIN, Andrés; VIGEVANI, Tullo; HERSHBERG, Eric. La nueva dinámica hemisférica: Desafíos y potencialidades. In: __________. Pensamiento Próprio: El hemisferio en transformación: Regionalismo, multilateralismo y políticas exteriores en un entorno cambiante. Buenos Aires: CRIES, ano 19, jan-jun, 2014.
SEVERO, L. M. Relações Brasil-Argentina: tudo nos une e nada nos separa. Carta Maior, 30/11/205. Disponível em: <http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Relacoes-Brasil-Argentina-tudo-nos-une-e-nada-nos-separa/4/35074>. Acesso em 18/09/2016.
SPEKTOR, Mathias. Ideias de ativismo regional: a transformação das leituras brasileiras da região. Revista Brasileira de Política Internacional, v.53, n.1, jan-jul, 2010.
VIGEVANI, Tullo; ARAGUSUKU, Juliano. Atitudes brasileiras para as organizações hemisféricas: Círculos concêntricos. In: HERSHBERG, Eric; SERBIN, Andrés; VIGEVANI, Tullo. Pensamiento Próprio: El hemisferio en transformación: Regionalismo, multilateralismo y políticas exteriores en un entorno cambiante. Buenos Aires: CRIES, ano 19, jan-jun, 2014.
VIGEVANI, Tullo; RAMANZINI, H. Autonomia, Integração Regional e Política Externa Brasileira: Mercosul e Unasul. Dados Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 57, n. 2, 2014, pp. 517 a 552. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/dados/v57n2/a08v57n2.pdf>. Acesso em 05/09/2016.
WEHNER, Leslie. Roles and Actions of leadership: Brazil and the South American others. In: GODEHARDT, Nadine; NABERS, Dirk. Regional Powers and Regional Orders. Londres: Routledge, 2011.
Sites consultados:
ALIANÇA DO PACÍFICO. Disponível em: <https://alianzapacifico.net>. Acesso em: 13/07/2016.
BANCO MUNDIAL. Disponível em: <http://data.worldbank.org/>. Acesso em: 13/07/2016.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Disponível em: <http://hdr.undp.org/>. Acesso em: 13 jul. 2016.
CINDES. CENTRO DE ESTUDOS DE INTEGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO. IndexInvest Brasil, 2015. Disponível em: < http://www.cindesbrasil.org/site/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=45&Itemid=63>. Acesso em 11/10/2016.
EL PAÍS. Macro pedirá a suspensão da Venezuela no MERCOSUL. 23/11/2015. Disponível em: <http://brasil.elpais.com/brasil/2015/11/23/internacional/1448286471_443877.html>. Acesso em 01/10/2016.
FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL. Disponível em: <http://www.imf.org/external/index.htm>. Acesso em: 23/07/2016.
MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL). Disponível em:< http://www.mercosul.gov.br>. Acesso em: 13/07/2016.
STOCKHOLM INTERNATIONAL PEACE INSTITUTE (SIPRI). Disponível em: <https://www.sipri.org/>Acesso em: 28/07/2016.
THE OBSERVATORY OF ECONOMIC COMPLEXITY (OEC). Disponível em: <http://atlas.media.mit.edu/pt/profile/country/bra/>. Acesso em: 23/07/2016.
UNIÃO DE NAÇÕES SUL-AMERICANAS (UNASUL).Disponível em:<http://www.unasursg.org>.Acesso em: 12/07/2016
WORLD TRADE ORGANIZATION (WTO). Disponível em: <https://www.wto.org/english/news_e/pres16_e/pr768_e.htm>. Acesso em 12/10/2016.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.