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Rev. Carta Inter., Belo Horizonte, v. 12, n. 1, 2017, p. 28-48
Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e Cooperação Sul-Sul [...]
Ainda assim, há expressivo foco no monitoramento interno de projetos, de
responsabilidade do gestor dos mesmos
17
, merecendo evidência o manual intitulado
“Fortalecendo o Monitoramento Interno de Projetos – Como melhorar o papel do
Gestor de Projetos”
18
, lançado em 2007, com orientações detalhadas e específicas
sobre como proceder no monitoramento interno.
Do ponto de vista da UE, o gestor operacional do projeto é o responsável
direto da instituição pelo seu acompanhamento e supervisão, de forma a colaborar
para sua correta execução, prestação de contas e alcance de resultados. Ademais,
a UE espera que os próprios gestores operacionais sejam igualmente capazes de
atuar na concepção dos projetos, dos programas de cooperação, dos planos de
trabalho, entre outras atividades.
Tal expectativa reflete a intenção de posicionamento mais ativo, por parte
da UE, na execução da CID. Assim, não se trataria, somente, de transferência
de recursos financeiros, ou conhecimentos técnicos, ou, ainda, de delegar a
responsabilidade do alcance dos resultados aos beneficiários da cooperação, mas
há intenção de comprometimento, por parte da UE, de igualmente assegurar a boa
execução de seus projetos/programas, ainda que, na prática, tal tarefa assuma
desafios de implementação.
No que se refere aos mecanismos externos de monitoramento, ou seja, o
monitoramento realizado por avaliadores externos à UE, destaca-se o sistema de
Monitoramento Orientado por Resultado (ROM)
19
, implementado de forma bastante
detalhada, com foco em resultados
20
. Para realização do ROM são contratadas
empresas externas, escolhidas por meio de editais públicos, com o objetivo de obter
avaliações isentas de influências internas à instituição. O processo de avaliação
incorpora a definição dos critérios de seleção dos projetos a serem monitorados,
e é realizado nos locais de atuação dos mesmos.
No Brasil, por exemplo, as missões de monitoramento duram, aproximadamente,
duas semanas, sendo feito contato com a delegação no Brasil e com os respectivos
gestores de projetos, no início e no final das missões. Durante o tempo de estadia
no país, os avaliadores externos visitam os projetos e mantêm diálogo intenso com
17 Gestor de projetos na denominação da UE/EC (European Comission) corresponde a: EC Task Manager.
18 Título original: Strengthening Project Internal Monitoring – How to enhance the role of EC task manager.
19 Sigla em inglês: ROM – Result Oriented Monitoring.
20 O ROM avalia, especificamente, cinco aspectos dos projetos: Relevância, Eficiência, Efetividade, Impacto e
Sustentabilidade. Para detalhamento sobre o ROM consultar: <http://ec.europa.eu/europeaid/sites/devco/files/
methodology-tools-and-methods-series-strengthening-project-internal-monitoring-200706_en_2.pdf>. Acesso
em: 20 jul. 2016.