Jéssica Cristina Rezende Máximo
Rev. Carta Inter., Belo Horizonte, v. 19, n. 1, e1414, 2024
1-24
O local e as tendências da História
das Relações Internacionais na ABRI
entre os anos de 2007 e 2022
The location and the trends of History
of International Relations at ABRI
between 2007 and 2022
El lugar y las tendencias de la Historia
de las Relaciones Internacionales en la
ABRI entre 2007 y 2022
DOI: 10.21530/ci.v19n1.2024.1414
Jéssica Cristina Rezende Máximo
1
Resumo
Investiga-se o local e as tendências da área de História das
Relações Internacionais (HRI) na Associação Brasileira de Relações
Internacionais (ABRI) através de memória disciplinar, que identifica
suas instâncias de institucionalização mediante a análise de
documentações, oralidade e mapeamento de pesquisadores e
tendências historiográficas dos artigos apresentados entre 2007 e
2022. Pensava-se que a investigação demonstraria uma interação
superficial entre a História e as RIs; contudo, a HRI teve presença
relativamente constante nos eventos; seus gestores atuaram em
prol do diálogo; seus pesquisadores são qualificados e foi possível
identificar o interesse na História Contemporânea da Política
Externa BrasileiraeAmericana.
Palavras-chave: História das Relações Internacionais; Memória
Disciplinar; Tendências Historiográficas.
1 Doutora (PUC-Minas), Mestra (PUC-Rio), Bacharela (UniBH) em Relações
Internacionais, Especialista (PUC-Minas) em Filosofia Contemporânea e
Licenciada (UNIRIO) em História. (jessimaximo@gmail.com). ORCID: https://
orcid.org/0000-0002-2591-9318.
Artigo submetido em 20/02/2024 e aprovado em 16/08/2024.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
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ISSN 2526-9038
O local e as tendências da História das Relações Internacionais na ABRI entre os anos de 2007 e 2022
Rev. Carta Inter., Belo Horizonte, v. 19, n. 1, e1414, 2024
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Abstract
The location and trends of the History of International Relations (HIR) area at the Brazilian
Association of International Relations (ABRI) are investigated through a disciplinary memory
which identifies its instances of institutionalization through documentation and orality
analysis and mapping of researchers and historiographical trends of articles presented
between 2007 and 2022. It was thought that the investigation would demonstrate a superficial
interaction between History and IR; however, HIR had a relatively constant presence at
events; its managers acted in favor of dialogue; its researchers are qualified; and it was
possible to identify an interest in the Contemporary History of Brazilian and American
Foreign Policy.
Keywords: History of International Relations; Disciplinary Memory; Historiographical
Tendencies.
Resumen
El lugar y las tendencias del área de Historia de las Relaciones Internacionales (HRI) de
la Asociación Brasileña de Relaciones Internacionales (ABRI) son investigadas a través de
la memoria disciplinaria, que identifica sus instancias de institucionalización a través del
análisis de la documentación, la oralidad y el mapeo de los investigadores y tendencias
historiográficas de artículos presentados entre 2007 y 2022. Se pensó que la investigación
demostraría una interacción superficial entre Historia y RI; sin embargo, HRI tuvo una
presencia relativamente constante en los eventos; sus directivos actuaron a favor del
diálogo; sus investigadores están calificados; y fue posible identificar un interés por la
Historia Contemporánea de la Política Exterior brasileña y estadounidense.
Palavras clave: Historia de las Relaciones Internacionales; Memoria Disciplinaria; Tendencias
Historiográficas.
Introdução
Dentre as diversas maneiras de se abordar a relação entre a História e as
Relações Internacionais (RI), se destacam a reflexão histórica sobre os pontos
de contato (institucionais ou ideacionais) entre estas áreas do conhecimento;
e a comparação entre as especificidades do ofício do historiador e do analista
internacional ou cientista político (como em Salomon 1993; Schroeder 1997; ou
Lawson 2010). Neste artigo, propõe-se realizar ambas estas tarefas ao indagar
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sobre o local ocupado pela área de História das Relações Internacionais (HRI) na
Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI); assim como investigar as
tendências historiográficas das pesquisas apresentadas nos eventos da associação.
Dentro das possibilidades metodológicas para a condução deste estudo,
realizou-se a investigação do contexto institucional da historiografia — isto
é, a escrita da história — das relações internacionais, no âmbito da ABRI.
Assim, este artigo intentou, como advoga Cordeiro (2015), ir “além de um mero
manual bibliográfico, ir atrás do contexto de produção das obras históricas”
para produzir uma narrativa sobre o passado da área de História das Relações
Internacionais na ABRI; ou para construir, como cunhado por Manoel Luiz
Lima Salgado Guimarães, uma “memória disciplinar”, que subjuga a escrita da
história da historiografia à sua própria historicidade — em outras palavras, ao
reconhecimento das disputas narrativas e dos constrangimentos institucionais
ou sociais que envolvem a escrita da história (Turin 2013).
Portanto, a pesquisa analisa as fontes documentais do contexto institucional
da HRI na ABRI, ao examinar o estatuto e o site da associação e os boletins de
seus eventos para indicar as circunstâncias e especificidades da formalização
da área de HRI na associação. Ademais, os programas dos eventos da ABRI são
interpelados em busca da participação da HRI em comparação com as demais
áreas temáticas da associação. Esta análise documental e estatística é acrescida
da investigação de fontes orais, através da condução de entrevistas com os
gestores2 da área de HRI na ABRI, que forneceram as perspectivas de indivíduos
que atuam na associação, desvelando seus interesses e motivações, assim como
revelando processos que não estão presentes nas fontes documentais.
Por outro lado, este artigo também examina as tendências historiográficas das
pesquisas apresentadas nos eventos da associação. O termo tendência é usado da
mesma forma que em Mello (2012, 32), isto é, a tendência é “uma inclinação no
uso recorrente de determinados elementos”, chamados “opções historiográficas”,
obtidos por meio da identificação de características da escrita histórica, como a
2 Foram entrevistados sobre suas pesquisas na área de HRI e funções administrativas na ABRI, os pesquisadores
seguintes: Alexandre Moreli (USP), Antônio Carlos Lessa (UnB), Beatriz Naddi (USP), Carlo Patti (UFG),
Gustavo Alvim de Góes Bezerra (PUC-RJ), Thiago Gehre Galvão (UnB) e Virgílio Caixeta Arraes (UnB). As
perguntas destas entrevistas foram enviadas, por escrito, por correio eletrônico, no dia 01/04/2022. O e-mail
dava a possibilidade de resposta escrita ou oral aos questionamentos; assim, cada entrevistado escolheu a
maneira mais apropriada para si. Alguns dos entrevistados passaram por uma segunda rodada de perguntas
para o esclarecimento de eventuais dúvidas. As transcrições das entrevistas podem ser requisitadas à autora
por e-mail.
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área de pesquisa, recorte temporal, delimitação espacial, tipos de fontes, entre
outros. Neste contexto, as pesquisas que participam das mesas, simpósios etc.,
identificados como dentro do escopo da área de HRI na ABRI, foram analisados
para identificar a recorrência das opções historiográficas contidas nas pesquisas
da área de HRI da ABRI; e as características dos pesquisadores (gênero, região,
instituição, formação acadêmica etc.) foram mapeadas para descrever o perfil
daqueles que escrevem a história das relações internacionais na ABRI.
Em concordância com o apontamento da literatura sobre a inaptidão dos
analistas internacionais e cientistas políticos em utilizar o método histórico
— o que implicaria em uma utilização superficial e inapropriada de fontes e
ferramentas da História (Lustick 1996; Smith 1999; Thies 2002), a hipótese
inicial desta pesquisa era de que, apesar da área de HRI ser um dos eixos
temáticos institucionalizados da ABRI, sua memória disciplinar e as tendências
historiográficas apresentariam uma interação superficial entre a História e as
RIs, como baixo interesse dos pesquisadores na área de HRI, pouca formação
específica em História ou dificuldade em identificar as opções historiográficas
das pesquisas. No entanto, viu-se que a área de HRI teve presença constante na
arquitetura institucional da associação enquanto área temática de seus eventos;
seus gestores atuaram em prol do diálogo entre a História e as RIs e da difusão
de ferramentas do método histórico; seus pesquisadores são qualificados em
ambas as áreas; e foi possível identificar tendências historiográficas claras nos
artigos da área, a saber: o interesse na História Contemporânea da Política
Externa Brasileira e Americana.
Contexto Institucional da Área de HRI na ABRI
De acordo com seu estatuto, a ABRI foi fundada em 30 de setembro de 2005,
em Belo Horizonte, Minas Gerais, como uma instituição de natureza acadêmico-
científica, sem fins lucrativos e sem caráter político-partidário ou religioso (ABRI
2020, 2). Antônio Carlos Lessa (UnB), em entrevista, conta que a fundação da
associação ocorreu durante um seminário realizado na PUC-Minas, de idealização
conjunta entre pesquisadores da área de RI desta universidade e, também, da
PUC-Rio, no qual “se pensou no desenho de uma associação que congregasse
os estudiosos de Relações Internacionais”. A página inicial do website da ABRI
confirma que sua fundação “resulta do esforço de cooperação e do consenso
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das principais instituições de ensino e pesquisa em Relações Internacionais” e
acrescenta que a instituição representa “um marco fundamental na consolidação
desta área do conhecimento no Brasil” (ABRI 2022).
Ademais, a página caracteriza a ABRI como “uma associação científica,
aberta e plural, que visa o estímulo à produção acadêmico-científica em Relações
Internacionais e ao aperfeiçoamento do ensino de graduação e pós-graduação na
área” (ABRI 2022). De maneira semelhante, o estatuto informa que a instituição
foi criada com o intuito de “promover o desenvolvimento da área de Relações
Internacionais, o intercâmbio de ideias e a defesa de interesses comuns” (ABRI
2020, 2) por meio de cinco atividades científicas:
I — do estímulo e da difusão da produção acadêmico-científica em Relações
Internacionais;
II — do incentivo ao debate sobre o ensino, pesquisa, extensão e exercício
profissional em Relações Internacionais;
III — da representação da comunidade acadêmica de Relações Internacionais
no Brasil junto a instituições congêneres nacionais e internacionais;
IV — da representação desta comunidade junto aos órgãos da administração
pública direta e indireta, e a outras instituições e de direito público ou
privado, relacionadas ao ensino, à pesquisa, à difusão e ao fomento científico;
V — da organização, periódica e regular, de congressos, encontros e
seminários, em nível nacional, regional e internacional. (ABRI 2020, 2;
ver ABRI 2022, seção Institucional).
Para além disso, o estatuto delimita que a associação seja administrada por
três órgãos: a Assembleia Geral, o Conselho Diretor e o Conselho Fiscal (ABRI
2020a, 6). Todos os associados3 podem participar das reuniões das assembleias
gerais, que ocorrem a cada dois anos, nos encontros nacionais da instituição. É
nestas assembleias que acontecem as eleições aos cargos do Conselho Diretor e
do Conselho Fiscal; todavia, somente sócios plenos e sócios eméritos são elegíveis
e podem votar, enquanto sócios profissionais e sócios estudantes podem se
fazer presentes nas reuniões da assembleia, mas não têm direito a voto (ABRI
2020, 3-5). As Gestões Diretoras da ABRI contam com os cargos de Presidente,
3 Para se filiar à associação, o interessado deve preencher uma ficha de inscrição, declarar seu vínculo institucional,
titulação e pagar a taxa de filiação (ABRI 2020, 3). Para se manter como sócio, deve-se cumprir três deveres:
“I — contribuir pontualmente com os pagamentos devidos à ABRI, em especial a anuidade representativa da
sua contribuição social; II — zelar pelo patrimônio social; III — cumprir e fazer cumprir o presente Estatuto
e decisões do Conselho Diretor e da Assembleia Geral” (ABRI 2020, 5).
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Secretário Executivo, Secretário Adjunto, Tesoureiro, Diretores e Conselheiros
Fiscais (ABRI 2022); e cabe a elas “auxiliar na realização e planejamento dos
eventos da ABRI” (ABRI 2020, 9), que são os principais meios de atuação da
associação.
O estatuto da associação não menciona (em nenhuma de suas versões) a
possibilidade de criação de áreas temáticas (e, dessa forma, nem como estas
funcionariam), mas todos os eventos organizados pela ABRI são estruturados
em torno de seções ou áreas temáticas cujos temas oscilaram ao longo dos anos
(ABRI 2020). O primeiro Encontro Nacional ocorreu entre os dias 25 e 27 de julho
de 2007, no Distrito Federal, Brasília. Com o tema “Transformações na Ordem
Internacional na 1ª Década do Século 21”, o evento foi organizado em torno
de seis seções temáticas: Teoria das Relações Internacionais (TRI), Instituições
Internacionais (II), Economia Política Internacional (EPI), Segurança Internacional
(SI), Política Externa (PE) e Integração Regional (IR) (ABRI 2007). Já o segundo
encontro ocorreu em 22 e 24 de julho de 2009, na cidade do Rio de Janeiro,
em organização conjunta com a International Studies Association (ISA), o tema
desta edição foi “Diversidade e Desigualdade na Política Mundial”4.
O próximo encontro foi realizado em 2011, entre os dias 20 e 22 de julho, na
cidade de São Paulo, com o tema “Governança Global e Novos Atores”. Lessa,
que era Secretário Adjunto da associação na época, aponta em entrevista que,
neste momento, a Gestão Diretora da ABRI tinha, como programa de trabalho, o
objetivo de emular o arranjo institucional de outras associações científicas, como
a ISA ou a LASA (Latin American Studies Association), por meio da formalização
das seções temáticas. Portanto, no evento de 2011, as seções temáticas, agora
nomeadas áreas temáticas, tiveram coordenadores individuais (prática que se
estendeu aos demais eventos) e passaram a ser sete, com a inclusão de História
das Relações Internacionais (HRI), coordenada pelo próprio Lessa5 — mas também
houve uma alteração no título da área de II, agora Instituições e Organizações
Internacionais (IOI) (ABRI 2011).
A partir de então, a Gestão Diretora da ABRI propôs a organização de
dois tipos de eventos bienais: o Encontro Nacional da ABRI e o Seminário de
4 Não há informações sobre a programação do evento ou publicação de seus anais disponível no website de
nenhuma instituição responsável por sua organização, assim, não houve como saber qual foi a (ou se houve)
divisão temática neste evento.
5 Lessa, em entrevista, aponta que teria atuado em outro evento da ABRI como coordenador de área, mas não
se lembra ao certo em qual. Fica em aberto, assim, a possibilidade de ele ter atuado na área de HRI no evento
de 2009.
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Relações Internacionais: Graduação e Pós-Graduação. Assim, no ano seguinte,
entre 12 e 13 de julho de 2012, novamente no Distrito Federal, Brasília, o primeiro
seminário teve como tema “Governança e Instituições Internacionais”, suas áreas
temáticas foram reduzidas para apenas quatro, SI, EPI, PE e a renomeada IOI
para “Governança e Instituições” (GI) — retirando HRI, IR e TRI (ABRI 2012).
Já em 2013, entre 22 e 24 de julho, em Belo Horizonte, Minas Gerais, o quarto
encontro, de tema “Multilateralismo, Plurilateralismo e a Construção de uma
Ordem Mundial” recolocou em seu quadro somente a área temática de HRI, sob
a coordenação de Paulo Fagundes Visentini (UFRGS), e reformou GI em II, mais
uma vez (ABRI 2013; ABRI 2013a). Ao passo que o segundo seminário, de 28
e 29 de julho de 2014, organizado em João Pessoa, Paraíba, cujo tema era “Os
BRICS e as Transformações em Ordem Global”, retirou as áreas de HRI e EPI, mas
integrou TRI e renomeou II em Governança e Instituições Internacionais (GII).
No quinto encontro, conduzido entre 29 e 31 de Julho de 2015, em Belo
Horizonte, Minas Gerais, na comemoração de 10 anos da associação e na
ocorrência simultânea do 3º Congresso da Federação Latino Americana de
Estudos Internacionais (FLAEI), as áreas temáticas foram ampliadas para sete: as
tradicionais (mas recauchutadas) II, Segurança Internacional, Estudos Estratégicos e
Política de Defesa (SIEEPD), EPI, TRI, Análise de Política Externa (APE) e História
das Relações Internacionais e da Política Externa (HRIPE) foram acrescidas da
novíssima área de Ensino e Pesquisa em Relações Internacionais (EPRI).
O boletim eletrônico do encontro de 2015 menciona que as reuniões de
áreas temáticas (RATs) já eram tradicionais (ABRI 2015, 6), mas foi somente a
partir deste ano que as áreas temáticas mantiveram certa estabilidade, apesar
da alteração de alguns de seus títulos. Em entrevista dada ao boletim, o então
Presidente do Conselho Diretor da ABRI, Paulo Esteves (PUC-RJ), revela que
“os encontros de grupos que trabalham em diferentes setores do campo de RI”
fizeram parte de uma dimensão “aparentemente subterrânea” — no sentido de
pouco visível — da associação, mas que possibilitou a reestruturação da ABRI
em torno das áreas temáticas (ABRI 2015, 4-5). Lessa complementa este relato
ao afirmar que as gestões de 2011/2013 e 2013/2015 (das quais participou como
Secretário Adjunto e Secretário Executivo, respectivamente) conseguiram “estimular
que os pesquisadores se encontrassem, começassem a debater e, de certo modo,
começassem a pensar o desenho das áreas até esse momento de apoteose,
digamos assim, que aconteceu em 2015, que foi, portanto, a institucionalização
das áreas”.
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Lessa aponta em sua entrevista que, durante o planejamento do encontro
de 2015, a Gestão Diretora da ABRI estimulou “a vinda dos pesquisadores mais
importantes [...], mais proeminentes de cada um [..] dos campos” para que
eles pudessem participar ativamente da criação das áreas temáticas. Segundo o
website da ABRI, a criação das áreas se deu “após a experiência acumulada da
organização de painéis dos encontros anteriores por áreas temáticas” (ABRI 2022).
Eu, pessoalmente, participei da criação da área de História das Relações
Internacionais e da criação da área de Ensino de Relações Internacionais.
Nós consideramos que era interessante que pesquisadores, que fossem
também diretores da ABRI, que participassem, especialmente, [da reunião
de sua] área, justamente, para prestigiar a área (Lessa, em entrevista).
Este processo foi conduzido por meio de eleições de equipes coordenadoras
das áreas temáticas durante o evento. De acordo com Lessa, todavia, as áreas só
foram regulamentadas na Gestão Diretora posterior, cujo presidente era Eugenio
Pacelli Lazzarotti Diniz Costa (PUC-MG)6. A normativa que regulamenta as áreas
possui três capítulos: 1) — Da Natureza e Finalidade das Áreas Temáticas; 2)
— Da Criação e Extinção de Áreas Temáticas; e 3) Da Coordenação das Áreas
Temáticas. O documento dispõe que as áreas “são instâncias que congregam
sócias/os em temáticas específicas e representativas de subáreas das Relações
Internacionais e estruturam a organização temática dos encontros e atividades
acadêmico-científicas da Associação” (ABRI 2020a, 1). Seus objetivos centrais
são também estipulados pela normativa, a saber:
I — contribuir para a organização e o avanço da pesquisa, do ensino, da
extensão e do exercício profissional nas áreas respectivas.
II — possibilitar o intercâmbio e a formação de redes de pesquisadores
em suas respectivas subáreas e entre áreas;
III — promover o estímulo e a difusão da produção acadêmico-científica
em Relações Internacionais;
IV — fomentar a troca de experiências e a difusão de informações referentes
à área temática entre associados(as);
V — promover o diálogo e a aproximação entre áreas temáticas, buscando
avançar a qualidade e alcance do debate científico, pautar a formulação
6 Por meio de comunicação eletrônica, Eugênio Costa afirmou que a Proposta de Normativa para Áreas Temáticas
de 2020, disponível no Website da ABRI (ver seção Áreas Temáticas), seria a forma atualizada da documentação
original.
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de políticas públicas no campo das Relações Internacionais, observados
os princípios que norteiam a própria ABRI;
VI — apoiar a organização temática dos encontros e eventos da ABRI.
(ABRI 2020a, 1)
Os sócios devem se filiar a, pelo menos, uma área da associação e podem se
candidatar — caso sejam sócios plenos ou eméritos quites com suas obrigações
sociais, com, no mínimo, três anos de conclusão de doutorado stricto sensu7
para as equipes coordenadoras das áreas, que têm um mandato de dois anos,
passíveis de somente uma reeleição (ABRI 2020a, 3). À coordenação das áreas
cabe a organização de mesas e painéis nos eventos, incentivando a participação
dos sócios filiados às áreas, assim como a promoção de atividades específicas das
áreas — que devem ser informadas previamente à associação (ABRI 2020a, 3-4).
A partir de então, o seminário de 29 e 30 de setembro de 2016, de Florianópolis,
Santa Catarina, cujo tema foi “Repensando interesses e desafios para a inserção
internacional do Brasil no Século XXI”, teve as mesmas áreas que os encontros de
25 a 28 de Julho de 2017, em Belo Horizonte, Minas Gerais, de tema “Perspectivas
sobre o Poder em um mundo em redefinição” — que renomeou a área de II em
Instituições e Regimes Internacionais (IRI) —, do seminário de 27 e 28 de setembro
de 2018, em Foz do Iguaçu, Santa Catarina, de tema “As Diretrizes Curriculares
Nacionais e seus impactos para as Relações Internacionais no Brasil” — que
alterou o título da área de EPRI para Ensino, Pesquisa e Extensão (EPE) —, e
do encontro de 23 a 26 de Julho de 2019, em Belo Horizonte, Minas Gerais, de
tema “Atores e Agendas: Interconexões, Desafios e Oportunidades”.
Já no seminário online (devido às restrições de mobilização social durante
a pandemia de COVID-19) dos dias 09 a 11 de novembro de 2020, cujo tema
foi “Crises e polarizações na Ordem Mundial Contemporânea”, foi aprovada a
nova proposta normativa para as áreas temáticas da instituição. Apesar deste
evento ter mantido as áreas temáticas dos anos anteriores, a normativa permitiu
que no encontro online dos dias 26 a 30 de julho de 2021, de tema “Relações
Internacionais e Ciência na era das pandemias: olhares transdisciplinares sobre
desafios globais”, houvesse votação inédita para a criação da área temática
Feminismo, Gênero e Sexualidades (FGS); e no encontro presencial dos dias
7 A normativa também propõe que a “[c]oordenação de cada área temática deve ser composta por representantes
de instituições diferentes e atender aos critérios de representatividade institucional, regional e de gênero e,
sempre que possível, a diversidade racial”, mantendo “alternância institucional, regional, de gênero e, sempre
que possível, racial na coordenação da área temática” (ABRI 2020, 3).
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25 a 27 de julho de 2023, sob temática intitulada “O velho está morrendo e o
novo ainda não pode nascer”, que ocorreu em Belo Horizonte, Minas Gerais,
fosse votada a criação da área temática de Raça e Antirracismos nas Relações
Internacionais (RARI).
Percebe-se, assim, que a organização dos eventos da ABRI tem estimulado a
existência de seções/áreas temáticas desde o estabelecimento da associação (como
demonstra a Tabela 1.1 — Presença das Áreas/Seções Temáticas por Evento da
ABRI), ainda que não haja previsão para isso em seu estatuto. Paradoxalmente,
foi somente com a construção da proposta normativa para a criação de novas
áreas temáticas que as áreas antigas também puderam ser formalizadas. Em 2023,
a Gestão Diretora da ABRI (2021-2023) lançou consulta aos seus sócios sobre
a possibilidade de reforma do estatuto, arrecadando propostas de alteração do
documento. Esta iniciativa foi ampliada pela gestão eleita no último encontro
da associação (mandato entre 2023-2025) com o estabelecimento de um Grupo
de Trabalho (GT) de Reforma do Estatuto da ABRI.
Tabela 1.1 — Presença das Áreas/Seções Temáticas por Evento da ABRI
2007 TRI EPI II SI PE - - IR - -
2011 TRI EPI IOI SI PE HRI - IR - -
2012 - EPI GII SI PE - - - - -
2013 - EPI II SI PE HRI - - - -
2014 TRI - GII SI PE - - - - -
2015 TRI EPI II SIEEPD APE HRIPE EPRI - - -
2016 TRI EPI II SIEEPD APE HRIPE EPRI - - -
2017 TRI EPI IRI SIEEPD APE HRIPE EPRI - - -
2018 TRI EPI IRI SIEEPD APE HRIPE EPE - - -
2019 TRI EPI IRI SIEEPD APE HRIPE EPE - - -
2020 TRI EPI IRI SIEEPD APE HRIPE EPE - - -
2021 TRI EPI IRI SIEEPD APE HRIPE EPE - - -
2022 TRI EPI IRI SIEEPD APE HRIPE EPE -FGS -
2023 TRI EPI IRI SIEEPD APE HRIPE EPE - FGS RARI*
Fonte: elaboração própria. *Somente criação.
No caso da área de HRI, a equipe eleita em 2015 foi: coordenador André Reis
da Silva (UFRGS); vice coordenador Virgílio Caixeta Arraes (UnB); e secretário
Carlo Patti (UFG). Para Arraes, em entrevista, a criação da área visava “estimular
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os estudos de HRI na nova associação, dado que na ANPUH já se tratava do
segmento” — isto é, já havia um grupo de pesquisadores mobilizados em prol da
pesquisa em HRI na Associação Nacional de História. Lessa, em sua entrevista,
coloca que uma ambição da área “era, justamente, trazer os pesquisadores de
História das Relações Internacionais que gostam de ir para à ANPUH”, mas sempre
houve dificuldades com essa empreitada, pois os encontros das duas associações
acontecem em datas semelhantes. Lessa aponta, ainda, que a área de HRI é
considerada uma área marginal na ANPUH. Arraes, atual coordenador o Grupo
Temático de HRI da ANPUH, todavia, argumenta que os custos relacionados à
participação em mais de uma instituição — anuidade e participação nos congressos
(inscrição, passagens, hospedagem etc.) seriam responsáveis pelo desencontro.
O Website oficial da ABRI expõe o escopo de estudos desta área temática,
assim como apresenta seus principais objetivos:
A área procura pensar as relações entre sociedades e culturas em diferentes
tempos históricos. Para muito além de meros relatos factuais ou de se
concentrar somente nas relações interestatais, ela, na verdade, considera
diversos atores e estruturas, e oferece profundas análises sobre como
construímos o presente das relações internacionais. Há muito se pensa a
história da sociedade brasileira e de sua inserção no mundo, mas ainda há
muito a avançar, sobretudo no desenvolvimento de pesquisas com forte
rigor teórico, conceitual e metodológico, e no diálogo entre as disciplinas
que formam a grande área das RI.
Nesse contexto, os principais objetivos desta Área Temática são de:
Estimular pesquisas inovadoras e cientificamente fundamentadas, e a
apresentação de seus resultados nos Encontros da ABRI
Promover o diálogo com os colegas das demais disciplinas que compõem
as RI
Fomentar a colaboração com colegas historiadores das relações
internacionais das mais diversas origens
Encorajar a atualização das agendas de pesquisa, mantendo uma constante
incorporação de inovadoras perspectivas e objetos (ABRI 2022).
Dentre os quatorze eventos realizados pela ABRI até o momento, a área
de História das Relações Internacionais, seja por meio da nomeação de HRI ou
HRIPE, não esteve presente somente em três, o encontro de 2007 e os seminários
de 2012 e 2014 — ou, possivelmente, quatro, já que não há informações sobre o
evento de 2009 — como mostra a Tabela 1.1 (Presença — Presença das Áreas/
Seções Temáticas por Evento da ABRI) acima. Durante este período, a área de
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HRI teve cinco gestões coordenadoras. Para além do já mencionado mandato de
2015-2017; o próximo biênio, de 2017-2019, teve o mesmo coordenador, André
Reis (UFRGS), mas foram eleitos também o vice coordenador Thiago Gehre
(UnB) e os assistentes Jéssica Máximo (PUC-MG) e Gustavo Bezerra (PUC-RJ).
O mandato de 2019-2021 elegeu o coordenador Alexandre Moreli (USP), o vice
coordenador Carlo Patti (UFG) e assistentes Gustavo Bezerra (PUC-RJ) e Beatriz
Naddi (USP); todos os quais permaneceram em seus cargos para a gestão de 2021-
2023. Na próxima gestão, 2023-2025, Carlo Patti (UFG) assumiu a coordenação
e se juntou a Gunther Mros (UFSM) na vice coordenação (ABRI 2022).
Adicionalmente à formação dos painéis da área nos eventos da ABRI, as
atividades exercidas por cada gestão coordenadora foram variadas. Carlo Patti, em
entrevista, aponta que a primeira gestão (2015-2017) conduziu um mapeamento
da área temática no país8 e promoveu uma mesa redonda no seminário de
2016, intitulada “Desafios Metodológicos da Pesquisa em História das Relações
Internacionais”, coordenada por Antônio Carlos Lessa (UnB), na qual participaram
como expositores Amado Cervo (UnB), Alexandre Morelli (CPDOC-FGV) e Carlo
Patti (UFG) (ABRI 2016). Já a segunda gestão (2017-2019) criou e gerenciou uma
página no Facebook para a área temática, no intuito de “aproximar a comunidade
acadêmica das discussões levadas a cabo no âmbito dos encontros de área, assim
como difundir eventos e produções científicas” (ABRI 2022), e organizou uma
mesa redonda no seminário de 2018, “Descolonização e emancipação: novos
desafios para o ensino de História das Relações Internacionais”, coordenada
por Thiago Gehre (UnB), cujos expositores foram Ana Flávia Magalhães Pinto
(UnB), Alexandre Moreli (USP) e Silvia Regina Ferabolli (UFRGS) (ABRI 2018).
A penúltima gestão coordenadora, que permaneceu por dois mandatos (2019-
2021 e 2021-2023), descontinuou com a manutenção da página no Facebook, a
partir do segundo biênio, de acordo com a entrevista de Moreli, por entender que
a “restritiva política de publicação e exposição da plataforma” desestimulava o uso
deste recurso como veículo de “notícias sobre bolsas, cursos e disponibilidades
de novas fontes de pesquisa”. Ademais, esta gestão organizou uma mesa redonda
virtual, preparatória ao seminário de 2020, cujo tema era “Fontes Digitais e a
História das RI: a experiência dos arquivos da Liga das Nações”, que teve a
participação de Colin Wells (ONU), Fabia Carvalho (Universidade de Melbourne)
e mediação de Moreli.
8 Não se obteve acesso a esse mapeamento realizado.
Jéssica Cristina Rezende Máximo
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A gestão também firmou uma parceria estratégica com Lessa (UnB) para a
coorganização de eventos de interesse da AT, como foram as palestras “Pesquisa
em fontes primárias em política externa brasileira: o caso do acervo do MRE”, de
agosto de 2021, e “Arquivo Histórico do Itamaraty no Rio: trajetória, perspectivas
e possibilidades”, de setembro de 2021. Outros projetos da gestão se relacionam
à criação de um repositório de teses e dissertações da área de HRI, à publicação
de livros, capítulos de livros e artigos da temática, e à aproximação da área
temática com pesquisadores e associações internacionais. Para Alexandre Moreli,
a ambição de sua gestão
tem sido a de oferecer apoio e reflexão a jovens pesquisadores para vencerem
os desafios singulares de um historiador das relações internacionais, como
acesso a um diálogo crítico com os pares em um país continental (e também
fora dele) e a busca de meios para formarem um corpus de fontes que os
permitam entender todas as agências necessárias em processos históricos
que envolvem sociedades e culturas que têm seus vestígios históricos
depositados a milhares de quilômetros do Brasil. Trata-se de fomentar uma
maior densidade e alcance do que se produz e se pode produzir em termos
de conhecimento científico em HRI. Nesse sentido, concentrar esforços nos
momentos de encontro dos membros do campo (quando de apresentações
e comentários críticos dos trabalhos nas Conferências anuais da ABRI) e
divulgar notícias e fomentar a qualificação quanto à construção de corpus
de fontes têm sido, para mim, a grande prioridade.
Percebe-se, por meio deste levantamento de fontes orais sobre a atuação
das gestões coordenadoras da AT de HRIPE, que a área de HRI na ABRI tem
buscado fomentar o diálogo entre as RIs e a História, assim como mapear diversas
instâncias dessa interseção. A próxima seção deste trabalho objetiva identificar
os painéis e as pesquisas da área de HRI, apresentados e publicados nos eventos
nacionais da ABRI, para comparar estatisticamente sua representatividade vis a
vis os demais campos de estudo; assim como mapear quem são os pesquisadores
da área de HRI nos eventos nacionais da ABRI.
Características da Área de HRI nos Eventos da ABRI
Apesar de não haver dados disponíveis sobre a quantidade de membros da
área, a impressão entre os gestores é de que a AT de HRIPE “sempre foi uma
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área pequena, que eu chamaria mignon” e que suas reuniões possuem baixo
quórum, mas que os participantes são “altamente qualificados” (Lessa, em
entrevista). Dessa forma, utilizou-se dos dados disponíveis sobre a participação
da área nos eventos para tentar mensurar o tamanho relativo da área dentro da
associação. A Tabela 2.1 (Participação da Área nos Eventos) abaixo demonstra
o total de painéis, iniciação científica e workshop doutorais da AT de HRIPE
nestas modalidades de participação nos eventos em que a HRI esteve presente.
Tabela 2.1 – Participação da Área nos Eventos
Área/Total 2011 2013 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 %
média
Painéis 11 127 12 133 15 118 8 87 9 104 770 13 136 4 54 9 111 4 73 9,08%
IC 1 61 9 80 2 78 6 66 4 73 10 113 0 64 0 0 2 56 3 57 5,71%
Workshop 0 7 0 22 0 19 0 9 0 20 9 25 6 19 0 0 0 0 0 0 12,40%
Fonte: Formulação própria.
Em painéis, a participação da área girou em torno de 9,08% do total dos
eventos, entre os anos 2011 e 2022. A participação em mostras de iniciação
científica foi um pouco menor, 5,71% — ressaltando que, em 2019, não houve
nenhum trabalho de IC da área e, em 2020, não houve esta modalidade de
participação. A maior participação da área se encontra nas rodadas de workshop
doutorais de 2018 e 2019
9
, com 12,40% de representatividade, mas isso se deve
ao compartilhamento do workshop com a área de APE. A Tabela 2.2 (Comparação
da Participação das Áreas) contextualiza estes dados ao comparar as médias
de participação das ATs nos anos em que HRI/PE esteve presente. Vê-se, nesta
tabela, que a maior participação em painéis é da área de APE, com 20,43% (em
negrito); enquanto em iniciações científicas e workshops, a área de destaque é
SIEEPD, com 24,85% e 32,23% (em negrito), respectivamente. Apesar de ser
uma área mais antiga, HRI tem uma participação aproximada às áreas de TRI
ou EPRI, o que está de acordo com a impressão dos gestores sobre o tamanho
da área.
9 Ainda que os workshops tenham continuado a ocorrer, os eventos não disponibilizam mais os participantes.
Jéssica Cristina Rezende Máximo
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Tabela 2.2 – Comparação da Participação das Áreas
ATs HRI/PE EPI SI/SIEEPD PE/APE TRI IOI/II/
IRI/GII IR EPRI/
EPE FGS
% Painéis 9,08% 16,68% 18,76% 20,43% 11,82% 17,18% 14,17% 6,51% 13,70%
% IC 5,71% 14,04% 24,85% 22,84% 7,39% 19,75% 8,20% 5,72% 12,28%
% Workshop 12,40% 23,97% 32,23% 12,40% 2,02% 29,75% 0,00% 0,00% 0,00%
Fonte: Formulação própria.
Quando olhamos para o número de artigos da área apresentados nos painéis
em cada evento, assim como os artigos publicados em seus anais, presentes na
Tabela 2.3 (Artigos da Área), é possível perceber que há uma variação do número
de artigos apresentados em encontros nacionais, que contêm o maior número
de apresentações (em negrito), e os seminários de graduação e pós-graduação,
que contam com menor número de apresentações. Todavia, em ambos os tipos
de eventos a porcentagem de artigos publicados nos anais permaneceu acima
da metade, se descontarmos os anos pandêmicos de 2019, 2020 e 2021, o que
poderia indicar que os trabalhos apresentados — mas não publicados — ainda
estão em fase de construção.
Tabela 2.3 – Artigos da Área
Artigos/Ano 2011 2013 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Apresentados -40 49 28 38 28 46 13 33 15
Publicados 21 26 25 19 29 18 16 5 11 10
% Publicação - 65% 51% 68% 76% 64% 35% 38% 33% 67%
Fonte: Formulação própria.
Ao visualizar a comparação da média de artigos apresentados e publicados por
cada área, demonstrada na Tabela 2.4 (Comparação de Artigos por Área), nota-se
que as áreas com a maior média são APE, com 20,26% de artigos apresentados e
21,09% de artigos publicados (em negrito), e SIEEPD, com 20,23% apresentados
e 19,97% publicados. Novamente, a área de HRI tem uma média aproximada
às áreas de TRI e EPE.
Tabela 2.4 – Comparação de Artigos por Área
ATs HRI EPI SI/SIEEPD PE/APE TRI IOI/II/
IRI/GII IR EPRI/
EPE FGS
Apresentados 8,87% 16,98% 20,23% 20,26% 10,90% 17,23% - 6,75% 14,98%
Publicados 7,71% 17,74% 19,97% 21,09% 9,78% 18,42% 16,84% 6,87% 11,00%
Fonte: Formulação própria.
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Os autores destes artigos possuem características diversas, mas em sua
maioria são homens, doutorandos ou doutores em cursos das áreas de Relações
Internacionais ou História, que atuam em instituições públicas da região Sudeste
do país. A Tabela 2.5 (Gênero dos Autores) informa que apenas 39,54% (em
negrito) dos autores que participaram em todos os eventos é mulher
10
, mas esse
número varia radicalmente durante os anos — o máximo da participação feminina
foi de 71% em 2020 (em negrito) e o mínimo de 20% em 2016 (em negrito).
Tabela 2.5 – Gênero dos Autores
Ano Homens % Mulheres % Total
2011 16 73% 6 27% 22
2013 30 61% 19 39% 49
2015 34 67% 17 33% 51
2016 24 80% 6 20% 30
2017 24 69% 11 31% 35
2018 14 45% 17 55% 31
2019 28 57% 21 43% 49
2020 4 29% 10 71% 14
2021 4 33% 8 67% 12
2022 7 54% 6 46% 13
TOTAL 185 60,46% 121 39,54% 306
Fonte: Formulação própria.
Ademais, a Tabela 2.6 (Área de Formação dos Autores) a seguir mostra o
somatório do curso de formação e do nível de instrução dos autores em todos
os anos em que HRI esteve presente nos eventos.11 A leitura da tabela indica
que a maioria dos autores é graduado ou graduando em Relações Internacionais,
com 50,1%, ou História, 19,7% (ambos em negrito); padrão que se repete entre
os mestres e mestrandos, dos quais há 44,3% e 19,2% (ambos em negrito)
respectivamente, mas entre os doutores e doutorandos há quase um equilíbrio
entre as áreas de formação, sendo 27,9% em Relações Internacionais e 25, 4%
em História (ambos em negrito).
10 Uma vez que não há como obter as autodeclarações de gênero dos autores, dadas nas inscrições dos eventos
ou no ato de associação à ABRI, recorreu-se ao entendimento provisório de que os nomes dos autores
determinassem seu gênero — isto é, um nome socialmente entendido como feminino foi marcado como
mulher e vice-versa.
11 O método de caracterização do nível de instrução considerou tanto cursos em andamento quanto cursos
concluídos no momento do evento.
Jéssica Cristina Rezende Máximo
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Tabela 2.6 – Área de Formação Dos Autores
Curso/Instrução G%M%D%
Relações Internacionais 178 50,1% 129 44,3% 55 27,9%
História 70 19,7% 56 19,2% 50 25,4%
Ciência Política 5 1,4% 35 12,0% 31 15,7%
Estudos Estratégicos 0 0,0% 18 6,2% 14 7,1%
Ciências Sociais 13 3,7% 15 5,2% 12 6,1%
Economia Política Internacional 0 0,0% 9 3,1% 8 4,1%
História Das Relações Internacionais 0 0,0% 3 1,0% 8 4,1%
Sociologia 1 0,3% 3 1,0% 7 3,6%
Geografia 6 1,7% 1 0,3% 4 2,0%
Administração 5 1,4% 1 0,3% 2 1,0%
Integração Da América Latina 0 0,0% 4 1,4% 2 1,0%
Direito 30 8,5% 5 1,7% 1 0,5%
Economia 20 5,6% 2 0,7% 1 0,5%
Filosofia 6 1,7% 1 0,3% 1 0,5%
Energia 0 0,0% 0 0,0% 1 0,5%
Comunicação 5 1,4% 2 0,7% 0 0,0%
Ciências Militares 0 0,0% 3 1,0% 0 0,0%
Estudos Comparados 0 0,0% 2 0,7% 0 0,0%
Negócios Internacionais 1 0,3% 1 0,3% 0 0,0%
Gestão Cultural 1 0,3% 1 0,3% 0 0,0%
Midia 1 0,3% 1 0,3% 0 0,0%
Ciências Humanas E Sociais 0 0,0% 1 0,3% 0 0,0%
Relações Econômicas Internacionais 0 0,0% 1 0,3% 0 0,0%
Sociedade E Fronteiras 0 0,0% 1 0,3% 0 0,0%
Cooperação Internacional 0 0,0% 1 0,3% 0 0,0%
Produção Cultural 0 0,0% 1 0,3% 0 0,0%
Estudos Europeus 0 0,0% 1 0,3% 0 0,0%
Letras 0 0,0% 1 0,3% 0 0,0%
Economia Política 0 0,0% 1 0,3% 0 0,0%
Odontologia 2 0,6% 0 0,0% 0 0,0%
Engenharia Mecânica 2 0,6% 0 0,0% 0 0,0%
Turismo 2 0,6% 0 0,0% 0 0,0%
Jornalismo 1 0,3% 0 0,0% 0 0,0%
Psicologia 1 0,3% 0 0,0% 0 0,0%
Operações Militares 1 0,3% 0 0,0% 0 0,0%
Pedagogia 1 0,3% 0 0,0% 0 0,0%
Defesa 1 0,3% 0 0,0% 0 0,0%
Cinema 1 0,3% 0 0,0% 0 0,0%
Humanidades 1 0,3% 0 0,0% 0 0,0%
TOTAL 355 42% 291 35% 197 23%
Fonte: Formulação própria.
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Do total de titulações, conquistadas ou em andamento, dos 306 autores
presentes nos eventos, 193 (63,07%) são doutores ou doutorandos, 105 (34,31%)
são mestres ou mestrandos e, apenas, 8 (2,61%) são graduados ou graduandos,
como demonstrado na tabela 2.7 (Nível de Instrução dos Autores). Novamente,
os dados indicam que a impressão dos gestores, de que a área é altamente
qualificada, parece estar na direção correta.
2.7 – Nível de Instrução dos Autores
Instrução Graduação Mestrado Doutorado
Total 8105 193
%2,61% 34,31% 63,07%
Fonte: Formulação própria
A Tabela 2.8 (Instituição dos Autores) indica que as instituições representadas
por esses autores (isto é, a instituição que eles marcaram como filiados na
escrita do artigo apresentado) são instituições de ensino, em sua grande maioria,
públicas (68,49%), em menor número, privadas (24,76%), parcerias público-
privadas (4,5%), ou instituições profissionais (2,25%), como o MRE (Ministério
das Relações Exteriores) ou o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Tabela 2.8 – Instituição dos Autores
Tipo Total %
Publica 213 68,49%
Privada 77 24,76%
Pública-Privada 14 4,50%
Profissional 7 2,25%
Fonte: Formulação própria.
Estas instituições estão distribuídas com grande desigualdade regional, como
adverte a Tabela 2.9 (Região dos Autores). Há uma concentração de autores
que atuam em instituições da região Sudeste do país (52,09%), seguindo em
menor proporção das regiões Sul (18,97%) e Centro-Oeste (18,65%), enquanto
Nordeste (6,43%) e Norte (1,29%) têm representação baixíssima nos eventos,
comparável à de estrangeiros (2,57%).
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Tabela 2.9 – Região dos Autores
Região Total %
Sudeste 162 52,09%
Sul 59 18,97%
Centro-Oeste 58 18,65%
Nordeste 20 6,43%
Estrangeiro 8 2,57%
Norte 4 1,29%
Fonte: Formulação própria.
Tendências Historiográficas da Área de HRI na ABRI
Ao examinar os resumos dos artigos da área, foi-se possível sumarizar as
opções historiográficas dos autores e localizar as tendências historiográficas da
área. As três opções principais de áreas historiográficas formuladas durante a
sumarização dos artigos foram: “História das Relações Internacionais” — para
os artigos que abordam os fenômenos das relações internacionais de maneira
ampla, “História da Política Externa” — para aqueles que focam suas análises
na história das relações exteriores oficiais — reconhecendo a política externa
enquanto política pública — e “Historiografia, Teoria e Método” — para os
artigos com preocupações sobre a escrita da história, sua interface com a teoria
das RIs (ou de outras áreas do conhecimento) e métodos históricos. A Tabela
3.1 (Área Historiográfica dos Artigos) a seguir apresenta o resultado do processo
de sumarização do conteúdo dos artigos entre as três opções.
Tabela 3.1 – Área Historiográfica dos Artigos
Categorias Total %
HRI 60 32,6%
HPE 114 62,0%
HTM 10 5,4%
Fonte: Formulação própria.
Nota-se que a categoria “História da Política Externa” foi a mais identificada
entre os artigos, com 62% (em negrito); seguida pela “História das Relações
Internacionais”, com 32,6%; e, em último lugar, com apenas 5,4%, “Historiografia,
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Teoria e Método”. Dessa maneira, infere-se que uma tendência historiográfica
da área de HRI é abordar a História da Política Externa.
A segunda opção historiográfica examinada, apresentada na Tabela 3.2 (Recorte
Temporal dos Artigos), procura delimitar o recorte temporal feito pelos artigos.
Percebe-se que os principais recortes feitos pelos artigos foram os séculos XXI
(18,9%), XX (47,9%) e XIX (14,7%) (todos em negrito), o que demonstra outra
tendência historiográfica da área, que é trabalhar com a História Contemporânea
(ou História do Tempo Presente).
Tabela 3.2 – Recorte Temporal dos Artigos
Categorias Total %
XXI 45 18,9%
XX 114 47,9%
XIX 35 14,7%
XVIII 6 2,5%
XVII 7 2,9%
XVI 4 1,7%
XV 4 1,7%
XIV 2 0,8%
XIII 1 0,4%
Pré-História 1 0,4%
NI 20 8,4%
Fonte: Formulação própria.
Por fim, a Tabela 3.3 (Delimitação Espacial dos Artigos) apresenta o continente
— contendo uma única categoria nacional, a saber, o Brasil — acerca do qual
os artigos pesquisam. Esta categorização revela uma grande concentração de
artigos que abordam o Brasil e as Américas, cerca de 38% e 25% (em negrito)
dos artigos, respectivamente. Os demais continentes mais abordados foram a
Ásia, a Europa e a África, com 14,0%, 11% e 7% cada. Assim, a última tendência
historiográfica identificada é o foco na História do Brasil e, em menor grau, das
Américas.
Jéssica Cristina Rezende Máximo
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Tabela 3.3 – Delimitação Espacial dos Artigos
Categorias Total %
Brasil 107 38%
África 20 7%
América 69 25%
Antártida 1 0%
Ásia 40 14%
Europa 31 11%
Oceania 0 0%
NI 13 5%
Fonte: Formulação própria.
O exame dos resumos dos artigos publicados nos anais dos eventos da
ABRI revelou que, de maneira geral, a área de HRI tem a tendência de investigar
questões relacionadas à História Contemporânea da Política Externa Brasileira e
Americana, já que conjuga a preferência pela História Contemporânea, a História
da Política Externa e a História do Brasil e da América.
Considerações Finais
O delineamento da memória disciplinar e a análise das tendências
historiográficas da área de HRI da ABRI permite a inferência de quatro aspectos
da interface entre a História e as RIs: 1) a área de HRI tem tido uma presença
relativamente constante dentre os eixos temáticos da ABRI desde sua fundação;
2) as gestões coordenadoras da área temática de HRIPE têm buscado o diálogo
entre as duas áreas do conhecimento e a formação específica em ferramentas
metodológicas da História; 3) os pesquisadores da área têm níveis altos de
instrução em ambas as áreas; e 4) o interesse pela História Contemporânea da
Política Externa Brasileira e Americana.
Esta presença relativamente constante da área de HRI nos eventos da ABRI
indica sua valorização como tema estruturante do campo de RI no Brasil — assim
como se viu quando da inclusão de HRI nas Diretrizes Curriculares Nacionais para
os cursos de graduação em Relações Internacionais, em 201712. Todavia, ainda
12 Cuja primeira versão foi discutida no âmbito da ABRI, em 2012.
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que a área seja considerada importante, seu tamanho tem sido relativamente
menor que as demais áreas da ABRI. Uma possível explicação seria a coocorrência
entre os eventos nacionais da ABRI e da ANPUH, que impõe a escolha dos
pesquisadores pela participação em apenas um evento — devido, também, aos
custos derivados da participação em associações deste tipo, como anuidade,
inscrição em eventos, transporte, hospedagem etc.
Este fato corrobora com o apontamento de Santos (2005, 21) de que
“[o] estudo sobre essa área é, em geral, realizado por historiadores que têm
dialogado mais regularmente com a área de Relações Internacionais do que
com campos especificamente históricos”. Daí a importância da atuação das
gestões da área de HRIPE em buscar um diálogo mais próximo com a História,
que consiga diminuir essa disparidade a partir do encontro com a historiografia
nacional (e internacional). Nesse sentido, as parcerias estratégicas da área
de HRIPE e suas palestras temáticas nos eventos da ABRI, que têm focado
na difusão de conhecimento sobre o manejo de fontes históricas, pesquisas
em arquivos etc., contribuem sobremaneira para permitir a participação de
(e o diálogo com) historiadores, já que estes eventos menores fogem das datas
dos eventos principais das associações; e para mitigar uma das grandes críticas
que analistas internacionais e cientistas políticos enfrentam ao se debruçar sobre
a História: o mal uso do método histórico (Bell 2001; D’Aoust 2004; Máximo 2020)
É importante notar, no entanto, que a despeito do ensino de HRI nos cursos
de graduação do país ser marcado por perspectivas eurocêntricas e ocidentais,
a pesquisa em HRI vista no âmbito da ABRI, tem mais interesse pela história
local (seja pela História do Brasil ou da América). Todavia, assim como as
tendências das bibliografias indicadas nestes cursos revelam uma “desvalorização
da presença feminina” (Moreli, Froio, Tomas e Barbosa 2022, 25), os autores de
HRI na ABRI também são majoritariamente homens — de instituições públicas
da região sudeste do país. Assim, apesar da ABRI ter instituído um Fundo de
Incentivo à Ações Afirmativas, desde 2023, para a participação em seus eventos,
faz-se necessário que haja ações específicas para estimular a participação de
mulheres das mais variadas instituições e regiões do país — de maneira em que
a pesquisa e a escrita da HRI no Brasil seja reflexo de nossa diversidade.
Jéssica Cristina Rezende Máximo
Rev. Carta Inter., Belo Horizonte, v. 19, n. 1, e1414, 2024
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